Orgulho
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Foi fingindo sempre, que omiti o meu orgulho...
como um dom fui cumprindo esta trajetória,
porque sempre me senti indomável...
e direcionei o curso da minha existência,
a órbita era o meu eu somente
Para provar minha metamorfose
moldei um escudo, onde tranquei a razão
calando a sua voz, toda vez que se rebelava,
foi girando nestas utopias que me perdi,
não respeitei as leis, porque me sentia
dona de dois mundos
Tão individualista, transfigurei a liberdade
para observar apenas o belo,
egoísta ao ponto de centralizar tudo,
sendo um umbigo do mundo...
guardando em segredo o meu abismo...
Quando percebi, que não sabia mais sonhar,
tudo pareceu injusto, arrogante
e quase sem forças ou apoio, quis mudar
lavando minha dignidade inteiramente
frente a frente com todos
Rasgando minha máscara, suscitei plena,
que não era nada, não haviam triunfos,
não haviam glórias, mostrei-me real
comum como todos os demais...mas desejosa
imensamente, de poder voltar a fantasiar...