Eremita.

Poeta é solitário no poema

Blasfema contra dores do abandono

Seu trono acolhe o verso sem patrono

Colono rega a pausa entre fonemas.

Suprema servidão posta em grafemas

Teorema de retorno nestes planos

Outono dos martírios soberanos,

Carbono de uma rima feito gema.

Emblema de uma voz posta em concerto

Acerto na palavra que reprime

Um crime contra o som em campo aberto.

Decerto a vastidão do amor exprime

Deprime tal desejo descoberto;

Desperto, se aceita a dor sublime.