TREVAS

TREVAS

Eduardo B. Penteado

É linda a lua do meio-dia

Brilha tola em sua própria mentira

Brilha sobre os espectros

Brilha sobre a abadia

Reina sobre os ausentes

Reina sobre o messias

Os Monges Ébrios de Vinho

Não mais habitam a abadia

Não mais descem a escadaria

Vazia

Deixaram-me aqui, sozinho

Um brinde, então

Aos espectros

É linda a lua do meio-dia

Brilha tola em sua própria mentira

Atravessei o espelho, e voltei

Vi meu outro eu, sereno

E me imitei

Cantei um poema hermético

Sem rimas, sem versos

Apenas sons desconexos

Escutei o canto dos espectros

Temo pela minha sorte

Tremo pela minha morte

Mas como é serena a minha morte...

Atravessei a fina película, e voltei

Vi meu outro Deus, e finalmente

Evaporei

Como a última gota do oásis fictício

Na periferia de um vasto deserto.

Eduardo Barcellos Penteado
Enviado por Eduardo Barcellos Penteado em 22/10/2009
Código do texto: T1880325
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