Desvelo-me
Brevemente abro uma fenda
Para noites e dias letárgicos,
Dos meus finais trágicos
Que não passam de lenda.
Está é uma condição que enterra,
Que mina minha percepção
Até não restar na terra
Lugar para opção.
Vejo o gesto de silêncio sem respiração:
Da vida que devia ter tomado;
Do tempo gasto em imaginação;
Do vagabundo duro transformado.
Que faço se é vício e muito mais?
É meu paradigma e sustentáculo.
A luz da minha indiferença.
E das quimeras eternas divinais
Acabo por ser receptáculo.
O que me tornei: Só uma crença.