Bravos escravos
Tu ó Ariano da raça pura
Seguindo a um líder profano
Semeou no mundo a loucura
Não foste sequer humano
Matou teu irmão como ao gado
Deixaste a tua honra de lado
Cumpriste tanta ordem fatal
Derramou a volta todo o mal
Sequer pensaste na criança
Mesmo brincando na calçada
Ela, Inocente, gentil e mansa
Acabou também sacrificada
Em nome de um preconceito
Vil, roto, abjeto e mundano
Fizeste ao louco o teu preito
Aquele outro, douto e insano
Com isso condenou tua nação
Ao teu mesmo preconceito
Agora os povos não aceitarão
Carregas o estigma assassino
Os fornos por ti acessos
Queimaram tantos a esmo
Eles mataram os indefesos
Mulheres, crianças mesmo
Para ti não haverá perdão
Ficará para sempre a sina
Mas é a tua brava nação
Hoje um povo que se estima
De resto só te digo irmão
Não entendo a tua crença
Não compreendo tua razão
Porque moveu-te pela doença?
Como um ser vil e monstruoso
Pôde dominar a tantos soldados
Isso é que me deixa receoso
Bravos tornarem-se escravos
Da insanidade de um farsante
Um único ser tão desprezível
Irmão, isso não parece crível
Mas acontece, é apavorante.
Brasília-DF, 19 de outubro de 2009.