DIÁFANO (DIA DO POETA)

Meu quintal,

meu lastro...

etc e tal,

meu pasto!

Poesias

no encalço...

rebate falso

cada traço.

Barcos,

pés descalços,

fibras de aço,

borboletaços!

Catavento,

catapulta

cada tempo,

consulta!

Transluzida luz,

filtro diáfano

arco-íris nus,

desabafo!...

Abrigo-vos

nuclear,

núcleo

amigo!

Antonio Fernando Peltier

Jacobina, 20 de outubro de 2009.

(Eu digo também do ator - eu, A.F.Peltier)

"O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente...

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração."

(Fernando Pessoa, 1888-1935, Lisboa, considerado um dos mais importantes poetas de língua portuguesa).

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 20/10/2009
Reeditado em 20/10/2009
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