O dia seguinte...
A corrida foi em Interlagos,
do vento, furioso,
aqui em Londrina,
a 90 km/h,
centenas de árvores pela raiz arrancadas,
dezenas de casas destelhadas
folhas trituradas na janela
o apagão, sem hora pra terminar
o jeito foi relembrar o passado,
com minha filha, à luz de vela--
...meu pai a meu lado,
depois do jantar, o doce de leite,
à luz de lamparina,
à luz da lua cheia,
eu cheia de encanto
com seu canto,
com seu ligeiro violão,
companheiro das noites frias,
muita alegria,
os pirilampos dançando no terreirão
e o manto de estrelas a nos espreitar...
O barulho do dia seguinte
é de moto-serra,
sem cessar.
O lago sujo, cor de terra,
um mar de lama,
lembra-me algum lugar...
Ao som do gorjeio do sabiá,
ouço a palavra de Deus,
o sussurro dos anjos,
as bênçãos do Bispo no altar...
agradeço por estar viva
dou um gostoso viva
e volto a poetar!
Benvinda Palma