LORD BYRON

Manhãs de alvas e finas nuvens

Desenham-se nas retinas das águias

A solidão das palavras

Abatidas, nas montanhas, sobre os cumes

Suplício de olhos indecifráveis

Morrem nas fontes do vale longínquo

Aos pés dos montes

Escuridão extingue os lumes

Isto me traz a figura esquálida de Byron

Desgastado na angústia

N’alma inquieta

Negrumes

Escondido entre névoas

Tristes canções

Os seus queixumes

Vem das trevas

O grito do poeta

Delirando

Febril se lhe avermelha a testa

É o fogo eterno da consumição da poesia

E da vida a triste festa

Eu te amo, Byron

Porque acendes a escuridão

Do ser alheio

E entre brumas teces o luzeiro dos teus versos