DESCERRAR A VELA...

Cambando sem direção...

Trôpego como um ébrio...

Parece sem rumo...

Não vislumbro a porta...

Pernas bambas...

É arfante e penosa a respiração...

Alma despedaçada...

Coração a deriva...

Lançado ao léu...

Carregado pelo vento...

Oração ao céu...

Ânsia de sobrepujar...

Usar teu corpo como bússola...

Eriçar tua pele...

Verter a vela de meu mastro...

Singrar em tua gruta profunda...

Explorar teu mar...

Navegar em tuas curvas sinuosas...

Flutuar em tuas águas ternas...

Descerrar a vela...

Em teu porto me achegar...

E sublimemente me extasiar...

(Ocram 03/06/06)

Ocram Ilha
Enviado por Ocram Ilha em 04/07/2006
Código do texto: T187594
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