DESCERRAR A VELA...
Cambando sem direção...
Trôpego como um ébrio...
Parece sem rumo...
Não vislumbro a porta...
Pernas bambas...
É arfante e penosa a respiração...
Alma despedaçada...
Coração a deriva...
Lançado ao léu...
Carregado pelo vento...
Oração ao céu...
Ânsia de sobrepujar...
Usar teu corpo como bússola...
Eriçar tua pele...
Verter a vela de meu mastro...
Singrar em tua gruta profunda...
Explorar teu mar...
Navegar em tuas curvas sinuosas...
Flutuar em tuas águas ternas...
Descerrar a vela...
Em teu porto me achegar...
E sublimemente me extasiar...
(Ocram 03/06/06)