O poço não tem fundo
Alguém comentou que o tal de poço tinha um fundo. E depois de chegar ao tal fundo só restava duas saídas: a prostração total ou o reerguimento para sair do tal de poço.
Será que realmente existe um poço? Ou esse poço é apenas uma bela figura de linguagem usada para ilustrar a derrocada daqueles que não conseguem mais nadar, ou simplesmente espernear.
O fato é que a profundidade do tal poço é do tamanho das forças ou das fraquezas de quem o olha de cima, ou de baixo.
E o que pode ser uma violenta queda, pode ser também um repouso azul no meio do nada.
E diriam os otimistas: Que pessimismo atroz! E diriam os psicológos: O sintoma venceu. E diriam os céticos: grande bobagem esse poço. E diriam os religiosos: espíritos trevosos o dominaram. E diriam os pragmáticos: É apenas falta de vontade. E diriam os sensíveis: Sua alma está momentaneamente perdida. E diriam os ignorantes: Que poço? E diriam os cientistas: sua mente está perturbada, precisa de uma boa medicação. E diriam os políticos: Esse poço é intriga da oposição. E diriam os loucos: Quem sabe uma ervinha, ou uma música? E diriam os zens: Navegue pelo oásis do poço. E por aí vai.
Mas o tal poço tem 2 variantes: a vida e a morte. E delas ninguém escapa... mais cedo ou mais tarde. E de lá novos poços se formam, para o desespero de quem queria uma solução fácil.