A CARNE NA NAVALHA
A CARNE NA NAVALHA
Quantos se deixam ficar, se entregar, serem levados.
Talvez por incompetência, comodismo, ficam desleixados
Apenas querem não ter ação nenhuma, deixam apenas estar, ficar
Se assim os satisfaz, nada mudam, nada pensam, querem amar
Entendem que amar é apenas ter o corpo de alguém
Ficar, ter, possuir o corpo de outrem
Assim fica tudo bem, são momentos de prazer
Quantas vezes destroem outra pessoa, outro ser
Assim seguem na vida os desprovidos do amor, sem entendimentos
Aqueles que nada têm a dar, apenas são sem sentimentos
O desejo, as vontades de sexo na realidade pensam é amar
Sempre prontos a atender os desejos esquecem de se doar
No possuir o corpo, o importante, apenas o gozo
Ali, naquele momento acontece o todo
Apenas por minutos, acharam que amaram
Aconteceu apenas a realização da carne, apenas ficaram
O desejo sentido, a vontade de possuir é a navalha
Aconteceu o ato sexual, a entrega da carne apenas e acabou
Tudo aconteceu rápido, uma obra inacabada
Foi-se a vontade, o desejo, tudo findou
Houve o corte pelo desejo, pela navalha afiada
A carne por um tempo satisfeita está saciada.
BCFerr