A CARNE NA NAVALHA

A CARNE NA NAVALHA

Quantos se deixam ficar, se entregar, serem levados.

Talvez por incompetência, comodismo, ficam desleixados

Apenas querem não ter ação nenhuma, deixam apenas estar, ficar

Se assim os satisfaz, nada mudam, nada pensam, querem amar

Entendem que amar é apenas ter o corpo de alguém

Ficar, ter, possuir o corpo de outrem

Assim fica tudo bem, são momentos de prazer

Quantas vezes destroem outra pessoa, outro ser

Assim seguem na vida os desprovidos do amor, sem entendimentos

Aqueles que nada têm a dar, apenas são sem sentimentos

O desejo, as vontades de sexo na realidade pensam é amar

Sempre prontos a atender os desejos esquecem de se doar

No possuir o corpo, o importante, apenas o gozo

Ali, naquele momento acontece o todo

Apenas por minutos, acharam que amaram

Aconteceu apenas a realização da carne, apenas ficaram

O desejo sentido, a vontade de possuir é a navalha

Aconteceu o ato sexual, a entrega da carne apenas e acabou

Tudo aconteceu rápido, uma obra inacabada

Foi-se a vontade, o desejo, tudo findou

Houve o corte pelo desejo, pela navalha afiada

A carne por um tempo satisfeita está saciada.

BCFerr

BCFerr
Enviado por BCFerr em 19/10/2009
Código do texto: T1875022
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