O que não nos presta

Quantos objetos guardamos em nosso lar

Que servem apenas para ocupar espaço!

São coisas que jamais iremos precisar

Mas a elas nos amarramos feito laço

São coisas ora inúteis, que pouco lembramos

Exceto na hora que vemos

E a elas fortemente nos ligamos

Como de fôssemos aquilo que temos!

São roupas, sapatos, brinquedos...

Poeira e ácaros fazem a festa!

E o que explica esses nossos medos

De nos livrarmos do que não nos presta?

Dizer que trazem lembranças? Esqueça!

É a forma viva do egoísmo puro

Guarde as coisas boas só na cabeça

Que essas te servirão no futuro!

Somos mestres em arrumar desculpas

Para justificar aquilo que não damos

E sem sentir, ainda, o peso da nossa culpa

Vamos vivendo nesses tristes enganos

Joga longe todo o egoísmo, desperta!

Alivia agora alguns sofrimentos

Lá fora tem gente no frio, sem coberta

Pés descalços, tristeza e lamentos

Da mesma forma que o organismo reclama

Da falta de água, através da sede

O bom senso também te chama

A não juntar teias entre suas paredes

O que nos sobra ou não faz falta

Pode sanar uma necessidade real

Livra-te do apego que ora te assalta

E vá arrumando a bagagem espitirual!

Mira - out/2009

("Eh, vida voa/Vai no tempo, vai/Ai, mas que saudade

Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade

E orgulho de seu filho ser igual seu pai

Pois me beijaram a boca e me tornei poeta

Mas tão habituado com o adverso

Eu temo se um dia me machuca o verso

E o meu medo maior é o espelho se quebrar") - Espelho - João Nogueira

(Quem nunca ouviu essa música, por favor ouça!)

Mira Dias
Enviado por Mira Dias em 19/10/2009
Reeditado em 20/10/2009
Código do texto: T1874747
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