Caiu não tão tarde
Mais uma tarde
De domingo
Com a força de me esmagar
Dormindo
Sem despedida, o sol se pôs
Sem aviso o dia acabou
Tudo isso, tão pouco, que se foi
Em mim nada despertou
Apenas com a luz se foi
Como mais este dia, acabou

Um olhar perdido em nada
Um cigarro na janela
Lusco-fusco do que sou
Que aos poucos se esvai
Num etéreo e pleno desfazer-se
Que nunca se refaz em fumaça

Na janela outro cigarro
Muitos outros olhares perdidos
Um desfazer-se esvaindo
E na fumaça o que vejo indo
É tudo em que me agarro

Algo como esperar tua vinda
Uma visita de teu olhar
E nele agarrar-me e esperar
Um teu sorriso em tua boca linda
Se é que ainda te lembras
Que virias num domingo
Encontrar-me-ias dormindo
Quem sabe até sonhando
(Esse lusco-fusco do viver)
em fumaça eu me esvaindo
Num tão bem te querer
Quem sabe até sorrindo
À toa numa tarde tão tarde
De domingo
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/10/2009
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T1874458
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