Errante!

Fora do tempo e do templo,
pus-me a errar em pranto...
-É tanto que estive fora,
da luz da aurora,
das planicies de encanto,
que me vi a errar entre os instantes das horas,
que nada fui e nada sou!
Sendo apenas errante
entre as coisas e os entes...
Vi o erro de errar á toa,
sem esperança nem alcova,
onde a dor fosse aplacada,
onde braços se oferececem em abraços,
e fossem enxugadas as lágrimas,minimizadas as dores!
Vivi uma vida bem á toa,
num tempo que voa e voa
e não volta!
Uma vida jogada fora!

22/10/83
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net