VIBRAÇÕES

A mão que traça a vida é senhora impune,

não vê nem ouve à voz dos corações;

e, sendo assim, o meu não está imune,

é a carne sujeita às vibrações.

O amor é um ouro bruto e eterno,

é a cor e a sensação da luz;

faísca incandescente, latejante,

véu do luar que ao céu conduz;

quindim que dança na boca da gente,

desejo que em você eu pus.

Ai, eu juro que não minto,

o que eu te sinto é o mesmo fogo que em você seduz.

Não compete a um mortal tecer juízos

sobre as versões da vida, sua insensatez;

quem dera eu ter a glória, ao menos pouca,

da louca harmonia que Deus fez.

Zanza no ventre a chama eterna,

teus olhos cozinhando os meus;

a esponja dos teus pelos nos meus pelos,

o universo agora és tu e eu;

cadê meu guia, a minha estrela, o dia?,

meu tino vaga a êsmo no breu.

Ai, eu juro que não minto,

o que te sinto é o prazer de viver que você me deu.

Tony Guedes
Enviado por Tony Guedes em 04/07/2006
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