não encontro
Segundos passados lentamente
Desejos, nostalgias incomensuráveis.
Sobre a mesa objetos antigos
Que se escondem a se formar nuvens
A crestar minha face
Saudades da vida tão calma
Onde os pés tocavam o chão
Não os tempos atuais
(Estes são rápidos)
Recomeço citando
E cito que procurava que procuraria que procuro cada canto deste imundo mundo uma solução!
Nas valetas sobrepostas
Aos pés dos senhores políticos
[Procuro]
Em movimentos sincronizados como o vôo das borboletas a procura de uma flor no cemitério de carros
[Procuro]
Em esquinas entre abertas aonde os nossos corações nunca irão se cruzar
[Procuro, mas não encontro]
Então cito os tempos, e recomeço reconstituindo.
Reconstituindo a vida que se esconde
Que se opõe ao que eles querem que pensemos
Reconstituindo a infância
Nela a ingenuidade é bela
E a liberdade é quase presente!
Reconstituindo meu corpo
Devorando cada pedacinho de mim
Sem compreender nada
Reconstituindo a constante inconstância do amor,
Que é tão precisa quanto respirar!
[Mas não encontro!].
Nas escadarias da igreja central
Subo ao altar
Peço penitencia
Volto ao começo, e narro!
Narro os segundos que foram parados
Os desejos que foram incomensuráveis
Os objetos que continuam sendo antigos
Dou uma volta paro as 12 e 15
Beijo minha face
E o adeus, existe!