Que Vá À Merda

Me expressarei e construirei

todo o meu discurso

sem vírgulas sem pontos

sem preocupações

com a gramática de merda

e com a coesão sem sentido

que me gritam egoístas

que não sou poeta

e que não escrevo senão

besteiras e besteiras e mais

besteiras e não acrescento nada à

tão incontestavelmente bela

Brasílica Brasiliada

Brasuca Basilesca

Literatura Brasileira

Baiana Baianícia

Baiânica Baionada

Literatura Baiana

Quem dirás à Mundana

Mundólica Mundística

Muda Literatura

Mundial

e que tem impreterivelmente

por base e por teto

por teta

poetas mortos e poetas

vivos que não pediram

para ser poetas

pela sua humilde

e louvável humildade

ou não que prevalece

através dos sete

tempos e dos sete mares

e se decompõem pelas

entranhas da terra

e doar sem nunca

se cansar ou saber

que são ou não lidos

vistos queridos

louvados reconhecidos

mortos vivos vivos mortos

poetas