A pausa do poeta
O poeta fez uma pausa.
O poeta dorme, mas sonha.
Não o despertes sem causa!
Até que ele se disponha.
Ele refaz seus pensamentos,
Sente o perfume das flores,
Ouve os versos dos ventos
Enquanto cura suas dores.
Ferida em sua alma, aberta
Pelas circunstâncias da vida.
Nessa hora vil, triste e incerta
O poeta espera a hora certa
De achegar-se de mansinho
A sua eterna arte, a poesia
Que o sustenta com carinho
Razão de tão grande alegria.
E mantém seu coração aquecido.
Ó meu doce poeta, lindo!
Por ti cultivo um afeto infindo
Que jamais será esquecido.