Camisado

O hospício é um lugar agradável

Durante os finais de semana

Foi para lá que eu fui quando tudo acabou

Tempo suficiente para refletir

Tudo é tão terrível

As pessoas olhando para mim

Tentando descobrir

Maneiras de voltar

Ver algo diferente do comum

Não sou louco para estar aqui

Se parei nesse lugar foi por engano

As pessoas não sabem elas rasgam vestidos

Se cortam e não sentem dor

Se descabela, despenteando o cabelo antes arrumado

Agora cada segundo são sufocados

E nessa cama de hospital

Amarrado para não cometer loucuras

Sendo um perigo para mim mesmo

Me recupero com o passar do tempo

E agora o que estou fazendo?

Pego algumas folhas de papel e caneta

Começo a redigir o que vem na cabeça

Retrato de um futuro não tão distante

Olho os demais pacientes

E vejo que meu caso não é tão grave

Apenas menos envolvente

Nesse minúsculo ambiente

Pensamentos desalinhados, fora de lugar

Remédios que tem que se tomar

Há um momento que fico injuriado

Esta na hora do meu camisado

Agulhas e seringas querem me dopar

Me descontrolo, perco a calma

O hospício já não é mais o mesmo lugar

Me perdi dentro de mim

Tento separar o real do consciente

E vejo com roupas de paciente

Isso não é tão agradável, isso não é tão convencional

Chamando a emergência

E o que eu fiz? E o que nos fizemos?

Dizem para relaxar

Sei que agora é hora de recair

Chegando ao inicio do fim

Aline Sanches
Enviado por Aline Sanches em 16/10/2009
Código do texto: T1869636
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