Camisado
O hospício é um lugar agradável
Durante os finais de semana
Foi para lá que eu fui quando tudo acabou
Tempo suficiente para refletir
Tudo é tão terrível
As pessoas olhando para mim
Tentando descobrir
Maneiras de voltar
Ver algo diferente do comum
Não sou louco para estar aqui
Se parei nesse lugar foi por engano
As pessoas não sabem elas rasgam vestidos
Se cortam e não sentem dor
Se descabela, despenteando o cabelo antes arrumado
Agora cada segundo são sufocados
E nessa cama de hospital
Amarrado para não cometer loucuras
Sendo um perigo para mim mesmo
Me recupero com o passar do tempo
E agora o que estou fazendo?
Pego algumas folhas de papel e caneta
Começo a redigir o que vem na cabeça
Retrato de um futuro não tão distante
Olho os demais pacientes
E vejo que meu caso não é tão grave
Apenas menos envolvente
Nesse minúsculo ambiente
Pensamentos desalinhados, fora de lugar
Remédios que tem que se tomar
Há um momento que fico injuriado
Esta na hora do meu camisado
Agulhas e seringas querem me dopar
Me descontrolo, perco a calma
O hospício já não é mais o mesmo lugar
Me perdi dentro de mim
Tento separar o real do consciente
E vejo com roupas de paciente
Isso não é tão agradável, isso não é tão convencional
Chamando a emergência
E o que eu fiz? E o que nos fizemos?
Dizem para relaxar
Sei que agora é hora de recair
Chegando ao inicio do fim