Vazios de Berlim- Maria Thereza Neves & José Ribeiro Zito
Vazios de Berlim
O vazio sem imagens
não apagam da mente
o olhar sofrido do muro
nos desvio das pontes.
O espaço abre lembranças
em passos articulados
lidos nas entrelinhas
o pó da história.
3/07/06
Maria Thereza Neves
&
Vazios de Berlim
Ventos de sombras devastadoras
Arrastão de nadas aos gritos
Perfidas as mãos cortadas
E um montão
De caos arraçados
Empilhados com dor.
Rasteiro deserto
Vazado de horror
Onde o sangue se encrosta
A mente afunda
A vontade apodrece.
Mas no meio um sopro
Enterrou uma flor
E nas juntas dos destroços
Resistindo ao pó
As mãos juntas
Os coraçoes devastados
Dobram os sinos pela lembrança
Dos mares soltos do amor.
E no vazio negro enterrado
Sem intervalos de saudade
Cresce a raiz da flor
Uma semente de esperança
De uma humanidade resgatada
A tempo de pegar nas mãos o caos
E sacudir o pó da memória
Ainda haverá a lembrança
De inventar a humanidade
Entre destroços,pó e nada
E refazer a história.
José Ribeiro Zito
Portugal-2006