Quem dera um canto num canto qualquer do mundo
Em que eu tivesse um tanto de paz
Silêncio nítido e profundo, fecundo
Num canto qualquer do mundo
Em meu rosto um encanto no meio do espanto
O silêncio de perdidos pensamentos
A mente cansada de mirar futuros instantes
E perder exatamente esses momentos
Com todos os seus significados tão inúteis
Quem dera fosse possível mesmo esse silêncio
Inatingível, imprescindível, inabalável
E o vazio dos pensamentos, sempre os mesmos
Possibilitasse nascer novos e renovados pensamentos
Quem dera sonhos em que as pessoas tivessem rosto
E passos com vida em caminhos de verdade
Quem dera a felicidade fosse possível
Tangível, verossímil, plausível
No apagar das terríveis lembranças
No morrer de todas as vãs esperanças
Quem dera livrar-se dos grilhões do tempo
Livrasse-nos do medo de estar vivo
E fizesse tomar a estrada da eternidade
Que nos leva a lugar nenhum e mais nada
Nada atrás ou à frente, nada na mente
Nada que exista realmente
Capaz de dissipar essa ilusão
Essa ilusão de estar vivo que cansa
E desespera no meio da madrugada
Em que a noite é só uma estrada
Que me traz de volta para esse lugar nenhum
Sempre, mais uma vez e sempre
E quem dera esse lugar fosse um canto qualquer
Num canto qualquer do mundo
Em que eu tivesse um pouco de mim
Bem lá no fundo
Onde ninguém me vê
Nem me conhece e nem me toca
Nem pode me ferir
Em que eu tivesse um tanto de paz
Silêncio nítido e profundo, fecundo
Num canto qualquer do mundo
Em meu rosto um encanto no meio do espanto
O silêncio de perdidos pensamentos
A mente cansada de mirar futuros instantes
E perder exatamente esses momentos
Com todos os seus significados tão inúteis
Quem dera fosse possível mesmo esse silêncio
Inatingível, imprescindível, inabalável
E o vazio dos pensamentos, sempre os mesmos
Possibilitasse nascer novos e renovados pensamentos
Quem dera sonhos em que as pessoas tivessem rosto
E passos com vida em caminhos de verdade
Quem dera a felicidade fosse possível
Tangível, verossímil, plausível
No apagar das terríveis lembranças
No morrer de todas as vãs esperanças
Quem dera livrar-se dos grilhões do tempo
Livrasse-nos do medo de estar vivo
E fizesse tomar a estrada da eternidade
Que nos leva a lugar nenhum e mais nada
Nada atrás ou à frente, nada na mente
Nada que exista realmente
Capaz de dissipar essa ilusão
Essa ilusão de estar vivo que cansa
E desespera no meio da madrugada
Em que a noite é só uma estrada
Que me traz de volta para esse lugar nenhum
Sempre, mais uma vez e sempre
E quem dera esse lugar fosse um canto qualquer
Num canto qualquer do mundo
Em que eu tivesse um pouco de mim
Bem lá no fundo
Onde ninguém me vê
Nem me conhece e nem me toca
Nem pode me ferir