SIMETRIA

Na simetria das manhãs de sol,

cigarra estoura o peito aberto ao céu,

o verde em folha acena,

ave revoa o azul ao léu.

E diante de tão pura perfeição,

contraste com o que o homem imagina belo,

desprende a alma, pluma alva, e invade o espaço

celeste e singelo.

E o transe de desse vôo flerta no reino dos cometas,

das estrelas dos planetas

e torna em queda livre e leve ao mistério dos mares,

submersos, estranhos lares;

e ao retomar o corpo, constata a ironia,

diante da luz do dia;

que muito além do poder de sonhar,

um dia Alguém, que sem ter que sonhar,

criou essa harmonia.

Tony Guedes
Enviado por Tony Guedes em 03/07/2006
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