O riacho

É bela e tão natural

A corrente de água no chão

Que desvenda bravia e manhosa

Desenhando um riacho formoso

Pelas quintas e mananciais.

Nas noites de lua cheia

Reflete também a beleza

De um prateado sem igual

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É morna esta indômita veia

A escorrer por todo sertão

Saciando a sede do verde

Banhando a face aflita

Nas secas das estações

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Ah,

Riacho manhoso...

Quais novas tu trazes do norte

Que surpresa tu levas para o sul

Traga-me o indulto das serras

Onde deixei tua nascente

E um amor crescente

Para viver de uma ilusão.

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Olha a cachoeira que despenca!

Ela traz em si a lenda

De um anjo que quebrou a asa

E caiu no mato e virou riacho...

E agora busca o espaço

Pela eternidade sem fim.

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A lenta descida do pequeno riacho,

Que brota ao pé do morro,

Torna-se grande no desemboque do rio

E supremo nos braços do mar

Riacho, riacho! Sempre nobre.

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Vai-te desbravador

Abrindo clareiras afins

Doando suas margens aos vilarejos

Sorvendo o esmero desejo

Regando poesia em mim.

...........” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 15/10/2009
Reeditado em 09/06/2013
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