O HOMEM NU
Meu corpo livre
de panos, de bocas, de bolsos
minúsculas asas me libertam
de mim
de vida
de Severina
minúsculas línguas
me banham
de sal
de mar
por todo corpo
me massageia a morte
secando asas
rompendo-me
tento libertar-me
enfrentar a morte
sobreviver…
mas é tua imagem
que ela carrega
tem teus lábios
tuas mãos
teus seios
e mergulho
em você
nu
desprotegido
em tuas coxas
letais