Reminiscências de homens
“...Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança. / As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios / provam apenas que a vida prossegue / e nem todos se libertaram ainda...(Drummond)
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Lá se foram horas curvas
do tempo de revoltas.
Cá estão curvos homens
esperando horas marcadas
para rotinas do dia.
Lá esquecem o peso do mundo,
e as mágoas ficaram nas trompas
da razão da luta esquecida;
nascer do frison da vida
em troca de angústias futuras.
Lá se vão claras horas
e leves, e limpas, e certas
de não pisarem na lama escura
sob as eiras e as beiras
das arrebatações de almas.
Lá se vêem curvas turvas vidas,
reminiscências de conquistas
guardadas no lume da espada
das bravuras acolhidas
em antigas duras lutas
Aqui, singelos instantes
de histórias recolhidas.
Não reclamemos o amanhã
sem o resuscitar desejado:
o futuro é o agora, reclamado!