Só vim te ver
A vida quotidiana dita à rotina
Dia a dia
O relógio que segue impaciente
Deixa cansaço, tristeza e melancolia.
Também deixa um pouco de alegria
Expresso nos olhares distraídos
E na face que de quem sorria
Por felicidade
Ou por ironia
A harmonia do dia
Mostra-nos transeuntes, ônibus lotados,
Combustíveis queimando deixando no ar o ardor e o odor
Da gasolina
Respira - se os ares urbanos
E entre o calipso e o lixo
Os sentidos se embriagam numa modernidade bizarra
A burocracia, a democracia confunde e fundem a sinergia capital
Politicamente animal
A economia determina
As nossas maneiras e manias
E toda veste de homem social
O individualismo traz o arquétipo do pós - moderno
Porém, sabe - se lá o que é moderno!
O hoje é eterno
O ontem e o amanhã eternizam o hoje
Agora sei de agora
Nada sei do ontem
Nem do amanhã
Hoje te vi, fiz tantas coisas
Pensei tantas outras
Mas te vi
E por isso tive motivo pra sorrir e sorri
E vi um mundo com cores
E te vi sorrir e senti cheiro de flores
E o mundo parou ali ( por alguns instantes )
A vida começou dali
A esperança brotou
O escuro se apagou
Teus cabelos loiros clarearam o tempo
Teus óculos me fizeram te enxergar melhor
Lamparina na trilha sombria
Tua voz soou
E entoou
Um canto, um canto vivo
Feito o brilho de teus olhos
E tu seguiste
E te acompanhei
E fui contigo
E estou contigo
Eu sei, não me vês comigo
Mas te sigo
No raiar do sol
No crepúsculo
Neste ou naquele caminho
Que o vento sopra do norte
Na noite em que as estrelas encadeiam para ti
E eu te sigo
ahhhh!!!!!! Não creio no amor
Nem na humanidade...
Mas quando te vejo creio
Na metafísica
Só vejo metafísica no teu físico!
E por isso nesse dia
Em mais uma rotina do dia
Pra que a vida viva
E pra que amor ame
Pra que a felicidade seja feliz
Passei, disse: bom dia!
O dia é um dia sim, mas não todo sem ti
Um dia não é dia sem te ver
Por isso, só vim só pra ver você!