Dedução.
Estou em horas que desconheço
Levando em meus princípios as dores
Que atordoam esse ar imenso,
Cheio de solidão a ilustrar meus olhos.
Perdi de mim quem sou, sendo eu,
Sendo outra, sendo várias.
Nasci no escuro mar, sem reflexo,
Onde não existe o sol que não apaga.
Oculta a tristeza meu sorriso,
Lambe a face oclusa o desavisado,
Rasteja o pó em vento tardio
Anuncia a morte o já morto.
De tardes vadias esse poema.
Que pés o têm? Mãos que vazam?
De nada sei, sei apenas que é vivo,
E adormeço pensando a vida.