Dedução.

Estou em horas que desconheço

Levando em meus princípios as dores

Que atordoam esse ar imenso,

Cheio de solidão a ilustrar meus olhos.

Perdi de mim quem sou, sendo eu,

Sendo outra, sendo várias.

Nasci no escuro mar, sem reflexo,

Onde não existe o sol que não apaga.

Oculta a tristeza meu sorriso,

Lambe a face oclusa o desavisado,

Rasteja o pó em vento tardio

Anuncia a morte o já morto.

De tardes vadias esse poema.

Que pés o têm? Mãos que vazam?

De nada sei, sei apenas que é vivo,

E adormeço pensando a vida.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 21/05/2005
Código do texto: T18645