Calmo Pedido.

Deixa que eu brinque

de morar em seu corpo

e assim alcance o verso

que urra em meu peito

louco para ter espaço

em sussurros que segredo

aos seus ouvidos famintos

de um pouco mais

do calor de minha volúpia.

Faz um movimento em vulto

e fico essa mulher frágil,

despudorada, vadia e amante

a aprofundar o mundo

de suas noções.

Brinque com meus dedos

enquanto sinto seus lábios

a molhar meu desejo

e entorno-me inteira

aos seus caprichos.

Finca em mim suas fantasias

quando engulo sua fome

e salivo nossas loucuras

em um tom que sabem os amantes.

Abra-se inteiro a minha boca

e mesclo carinho e tara

em seus poros nus

aos meus apelos por mais .

Não fuja ao que quero,

nem negue o que sente

quando nossos corpos

completamente já sem juízo

endeusam o momento supremo

de nos penetrarmos em explosão.

Rasga-me em gemidos, mordidas,

e deito-me ao seu sexo

sequiosa de que o estar

atinja o ápice do ficar

esquecida em seu prazer

que me escorre pela boca,

olhos, órgãos, alma...

Faz assim...

E fico,

sua,

profundamente sua

nos lençóis que nos chamam.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 21/05/2005
Código do texto: T18635