O Soneto da Concepção.

A via no ar esconde tantos cantos

Acima: segue o rumo da abundância

Abaixo: colhe a flor da intolerância

Semeando miséria e desencanto.

A Cidade sangrando nas artérias

E a vida toma o curso dos esgotos

A pedra é fumo novo dos garotos

O futuro tão frágil da matéria.

A inocência contida das meninas

Ofertada no mercado em cada esquina

Na barriga bastarda um Serafim:

As sarjetas celebram novo fruto;

Pois Maria não rejeita tal tributo:

Sua casa é viaduto e trampolim...