Entre o céu e a terra
O que há entre o céu e a terra?
Vida e morte
Entre vida e morte
Homens de boa e má fé buscam seu norte
Alguns mais fracos outros mais fortes
O dia sugere luz e calor
O calor escorre o suor dos rostos embotados de dor
No alivio da dor busca - se os prazeres efêmeros
Feito o vento que sopra os teus cabelos
O prazer se vai e a realidade traz o amargo da vida
E a vida amarga pede a morte mais breve
Há morte em tudo que há vida: na poesia, na rua, nas canções.
Thanatos rege a vida mais dionisíaca
Enquanto corpos se entregam a Eros
Morre-se entre letras e rimas baratas
Em canções que acompanham lágrimas e porres homéricos
E Cronos devora os filhos
Ser feliz é entender a razão do viver e do morrer.
A noite traduz a tristeza do dia, o frio assola a alma
Açoitando com força a alegria do dia
Galopante feito cavaleiro errante
E medita - se
E reza - se
E ora- se
Para seres estranhos que dividem o bem e o mal
Para seres que precisam de ritual
Para qualquer coisa que alivie a dor
Em circunstância de magia e amor.
E busca-se em recursos artificiais: o falso poder!
Que alavanca alma pra cima , mas com queda profundamente longa
Feito queda de Ícaro.
A matéria envelhece, apodrece e a vaidade aumenta
A alma evolui com amor e dor
A dor é o batismo do amor
O compasso está sobre o esquadro
E num quadro de moldura pobre pinta - se a vida
Com tintas de uma aquarela nobre
A moldura é pobre, mas a tinta é nobre!
Paradoxos estéticos e metafísicos
Entre o céu e aterra a vida pede o sonho
O sonho traduz realizações ou frustrações
Desejos contidos ou incontidos nas ações.
Manifestadas entre o circo e o pão.
E o suor escorre do rosto
A chuva molha o rosto
Ao enxugar o rosto
Percebe - se a marca do tempo
E o tempo é senhor da razão
E a razão para estar vivo é ser feliz
Seguir e ser feliz
Entre o chão que os pés estão
E o céu que se infinda de azul, lá em cima
Há mistérios que se revelam com a tristeza ou com a felicidade
Na poesia, nas ruas, nas canções ou andando pela cidade!