A QUEDA DA ESCULTURA

A tempestade bateu forte na escultura

Que há muito instalaram no devido lugar,

O vento forte soprou com boca de criatura

E os pedaços cairam preguiçosamente devagar.

O pedestal está firme junto aos destroços

lavados pela chuva do dia anterior

Reparando bem a tempestade sem esforço,

Sadicamente, deixou-se ver todo o interior.

Amanhã o espírito do sol forte luminoso

Refletirá nas sobras a beleza despedaçada

E um anjo de mãos leves, num gesto carinhoso,

Ajuntará os pedaços deixando-a remendada.

Com o tempo a brisa soprará tanto pó

Que tapará as emendas feitas pelo querubim

E a escultura feminina nos preceitos de Jó

Descansará serena sobre a relva do jardim...

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 12/10/2009
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