O “calcanhar de Aquiles”
Sinto algo que parece dor,
Mas que é a dor maior que já senti,
Algo que chamam de “aperto”,
Sensação diferente no coração.
Começo a me lembrar dela,
Não sei como essa dor pode evocá-la,
Só sei que quando o faz afasta ela de mim,
E por isso fico a sofrer.
Crio o sofrimento que me acomete,
Uma espécie de castigo por não tê-la,
Não, nada disso, é apenas uma maneira de tentar dela se aproximar,
Uma tentativa desesperada de se tornar mais sensível e com isso chegar até ela.
Porém por mais que dela eu chegue perto,
Mais sinto algo dentro de mim se destruir,
Sinto meu corpo incandescer,
Me dizendo pra me contentar em nada poder fazer.
Não es tu que me fazes sofrer,
É minha alma que deseja a tua,
Deseja mais do que jamais algum dia poderia ter,
Deseja por desejar.
Começo a retroceder,
Sinto a dor do meu calcanhar,
Sinto muito em não poder ver-me essa guerra ganhar,
Só estou esperando a hora de morrer.
Sou um semi-deus,
Banhado nas águas da imortalidade,
Grande herói da guerra de Tróia,
Mas que por não ser deus,
Possuo um ponto fraco,
Meu amaldiçoado calcanhar.
Minha capacidade de amar.
Helena é por você que estou a lutar,
É você que me faz desejar essa guerra ganhar,
Como a flecha que deseja atingir meu calcanhar.
Itaci Silva Camelo