Mera constatação

A humanidade é tão humana em suas idealizações que chega a ser, essencialmente, desumana em tudo o que, realmente, concretiza.

Ela é absurdamente consciente do papel a que seus membros devem dedicar-se, chegando a não ter noção da inconsciência da sociedade.

O homem reage de forma tão instintivamente má que parece não perceber o mal existente nas maldades que realiza.

Ele considera-se tão desequilibradamente racional que não entende a razão da proliferação da sua própria irracionalidade.

Portanto, não há qualquer coisa de definitivamente imprópria na forma de agir dos seres humanos que já não seja, reconhecidamente, próprio de nós mesmos.

Possuímos o potencial necessário tanto para realizações que nos sejam benéficas, quanto para produzirmos a autodestruição.

O derradeiro destino de todos nós não está, ainda, delineado, mas frutifica em nosso meio e somente a nós pertencerá a sua concretização.

Brasília-DF, 12 de outubro de 2009.