Pescador de emoções

Um dia, deixo-me levar pelo teu barco; assim decifro as contínuas formas que ainda não foram descritas na tua formação de maré-mulher(Kal Angelus).

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Águas buscando maré complexa!

Córrego sonhando insistente

igual vontade descontente.

Caminho tortuoso em calmaria,

rio manso, doces águas...

cedo no mar da vida deságuas;

Nas curvas do inesperado,

encontros de rasos conceitos;

martírio das sedes insaciáveis

nas marés de águas intragáveis;

Mar aberto descoberto,

convite aos mais afoitos

desbravadores de sete mares;

abraços dos perdulários

perdidos entre amores corsários.

Abismos entregues à mente,

mistérios ao mais descrente

pescador de ilusões;

tripulante da frágil embarcação,

barco perdido demente

das viagens do coração.

Antes, sobre leme afoito,

navegante semi-morto:

vendavais e bruma mansa.

- Agora, dunas contra remo!

Margens opostas da ilusão,

areias na teia do tempo:

sôfrega e passageira emoção.

Lembranças turvas sob leito,

curvas rasas cristalinas

amenizando meus defeitos;

- O enigma da última maré!

Limpeza dos últimos refugos,

sonho avesso condenado

sem vela da primeira emoção:

nuances no córrego guardado.

Aonde mortos descansam,

jaz destroços e sentimentos

- Último barco do enganado!

sem a quilha prometida.

Navego tua maré-mulher,

entre sargaços das razões:

refugos que morrem sempre

nas praias de sonho

do pescador de emoções!

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Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 02/07/2006
Reeditado em 02/07/2006
Código do texto: T186151