LAMENTO

O azul ficou feio dentro do meu céu,

De repente os meus olhos ficaram cegos,

Minha alma silenciou num mausoléu,

Cravaram em mim enferrujados pregos.

Esfregaram em meu rosto o vermelho vivo

do sangue que jorrava de dentro do meu ser,

Zombaram do meu cérebro triste, pensativo;

Deixaram-me caída em gemidos a padecer.

Despiram-me por dentro, lavaram-me o interior

Onde eu guardava escondida a esperança

e com ares de grandeza, muito superior,

romperam o que eu chamava de aliança.

Mataram o que mais bonito havia em mim!

O embrião em zelos guardado, conservado,

Sujaram o meu céu terminando assim:

Em travas o que sempre chamei de azulado.

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 11/10/2009
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