MULHER DE SAIA
É o café com pão, o arroz com feijão,
O certo e o errado, o sim e o não.
Mulher de saia e uma perfeita combinação
(por baixo).
É uma diaba quando não é crente.
É Messalina quando não é menina e inocente.
É bailarina quando não é fada ou duende.
Mulher de saia fetiche ou daquelas mais decentes!
Saias levantadas pelos bons ventos e levadas
Pelos ladrões.
Saias de filó da Dona Baratinha e entre parangolés
E patrões.
Saias para animar a festa, saias para presidente!
E encontradas em Marte.
Saias da poesia nos barracos de açafrão, da cigana
Sandra Rosa, na chuva, na rua, no ônibus
E da Porta-Estandarte!
Saias de Luma de Oliveira ou da minha tia Solange.
Saias o tempo inteiro e para a alegria dos rapazes
E moleques elegantes.
Saias de uma "soldado", da professora Helane e de uma
Bandida infame.
Saias, mas não saias da sensualidade que aflora, revestem a tristeza
Que não vigora, saias de uma Deusa a que se adora e de um desejo
Que a arrebata e desflora!
Saias de baile, de estupros, ciranda cirandinha e das negras
Do joquei.
Saias de todo o tipo, tamanho, cores e sabores!
Saias rodadas e passantes, aos mulambos e em jersei.
Saias secretárias, normalistas, das barras da mamãe e daquelas
"Cruzadas de pernas"!
Saias glamourosas encontradas num brechó!
Saias vintage e da mulher moderna.
Saias de uma mulher de verdade, saias num Kabuki e naquele
Travesti!
Saias obrigatórias por um decreto-lei, pela loucura de um Rei
Que devora e leva à fogueira a "feminista" que resistir.
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http://reinodalira.wordpress.com