Versejando ao vento (II)
(Lisieux)
O vento um dia recebeu uma incumbência
Dada por dois tristes corações apaixonados
A de levar entre eles as reminiscências
Dos mil amores que viveram no passado
E o Vento desde então não tem tranqüilidade
Virou “Garoto de Recados” dos amantes
E leva e traz sonetos plenos de saudade
Rimas de amor e doces sonhos delirantes
E os dois amantes a este Vento são tão gratos
Que todas as noites a ele vêm prestar seu culto
Enquanto ele cicia entre as folhas dos arbustos
E o Vento a eles também dá os seus agrados
Leva seus beijos, faze-lhes carinhos
E nunca deixa que se sintam mais sozinhos...
BH – 11.04.03
(Parte de Elegia ao Vento, em parceria com Henrique Moreira)