Versejando ao Vento (I)
(Lisieux)
O nosso amor necessita da cumplicidade
deste vento que assopra os nossos segredos
E que faz esquecer nossos noturnos medos
Sussurrando versinhos de dor e saudade
Sem o vento que uiva madrugada afora
não podemos trocar nossas rimas e juras
e também desenhar essas doces figuras
que retratam os sonhos e amores de outrora
não houvesse a ajuda diária do vento
não seria possível o soturno lamento
de noss'almas que choram a atroz solidão
se não fosse este vento,levando o recado
de paixão e ternura, de doçura e pecado
quão cruel nos seria esta separação!
BH - maio de 2003
(parte de "Elegia ao Vento", em parceria com Henrique Moreira)