Lá se foi...
Lá se foi
mais uma folha levada
pelo vento
Pra unir-se a poeira
a tarde inteira
E secar pelos ares
sobre o tempo
Pra depois virar
apenas areia
enxarcada d’água serena
das gotas de chuva
que neste chão molhou
E lá se foi a areia
-banhada, molhada, levada-
prum rio que banha o mar
pra depois encher as nuvens
e cair lavando o rosto
daquela menina que passa
na rua
e antes que venha a lua
entra no mar
se veste de sereia
se cobre de espuma
pra assim como a folha
e a areia
-banhada, molhada-
ser levada prum rio
que banha o mar
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Obrigada pela belíssima interação, poeta Oklima.
Abraços!
LÁ VAI O RIO
Correndo pedra, cascalho,
lá vai o rio, ligeiro,
na mata fazendo aceiro,
colhendo gotas de orvalho
que pingam, de galho em galho,
num serenado macio,
enquanto o tempo é de estio
e o vento venta mais forte,
Sobre seu leito de morte
correndo lá vai o rio.
Lá vai o rio, suponho,
exercitando a gandaia
de seus anseios de praia
acalentados no sonho
de abraçar o mar pidonho,
as suas ondas no cio,
depois quedar-se vazio,
sem margens mais que o comporte.
Sobre o seu leito de morte,
correndo lá vai o rio.
Vaga o rio na vertente,
fazendo curvas, desvios,
enfrentando desafios,
buscando nova corrente.
Lá vai o rio da gente,
vacilante, pegadio
às barras, mesmo tardio,
tateando algum aporte.
Sobre o seu leito de morte
vai, vazante, o nosso rio.
Odir, interagindo no belo poema de Antonia Zilma, de passagem
Correndo pedra, cascalho,
lá vai o rio, ligeiro,
na mata fazendo aceiro,
colhendo gotas de orvalho
que pingam, de galho em galho,
num serenado macio,
enquanto o tempo é de estio
e o vento venta mais forte,
Sobre seu leito de morte
correndo lá vai o rio.
Lá vai o rio, suponho,
exercitando a gandaia
de seus anseios de praia
acalentados no sonho
de abraçar o mar pidonho,
as suas ondas no cio,
depois quedar-se vazio,
sem margens mais que o comporte.
Sobre o seu leito de morte,
correndo lá vai o rio.
Vaga o rio na vertente,
fazendo curvas, desvios,
enfrentando desafios,
buscando nova corrente.
Lá vai o rio da gente,
vacilante, pegadio
às barras, mesmo tardio,
tateando algum aporte.
Sobre o seu leito de morte
vai, vazante, o nosso rio.
Odir, interagindo no belo poema de Antonia Zilma, de passagem