poema novo

Em vão tentei não fazer versos

sobre amor,

como Drummond me alertou.

Em vão tentei ressussitar poetas mortos,

Álvares de Azevedo

e Edgar Allan Poe.

Em vão tentei ser modernista

e antropofágica,

quando Oswald me provocou.

Em vão tentei ser árcade

ácida e ferina,

quando Sade me desafiou.

Mas mesmo assim continuei

a luta insana e digna da arte

que a literatura me proporcionou:

compus belos,

singelos e sinceros

poemas de amor a quem nunca

me amou.

Estive em 1922, 1928

e em muitos outros anos rebeldes.

Dei e tomei

tapas na cara,

tomei porres,

enchi a cara.

Quando me perguntarem

o que aprendi com isso tudo

direi:

Nada e muita coisa.

estarei sempre aberta

à alertas, provocações e desafios.

A minha batalha

em favor da poesia

ainda não cessou.

Deborah O Lins de Barros
Enviado por Deborah O Lins de Barros em 10/10/2009
Código do texto: T1858478
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