Niemeyer
Escuto e danço enquanto
admiro o ritmo desses traços,
que ondulam e contornam nossa
terra natal. Sua obra flamula ao vento,
firme, tremendamente graciosa, im-
ponente. Um lápis em sua mão,
é mais revolucionário que a
revolução russa; mais
modernista que Macuna-
íma, que a poesia de Décio
Pignatari, somada à de Oswald
Andrade. Um lápis em sua mão, é a
profecia de uma ruptura; sua arquitetura
sempre nova tirou o latim de nossas
igrejas, fez tudo lembrar as praias
cariocas, onde quer que sua
arte esteja. Além de
você, só Deus, para es-
crever certo por linhas tortas.
mas não o chamarei de senhor,
pois como seus traços, você é eter-
namente jovem. Sua arte tem sotaque
do Rio de Janeiro! E se, vita brevis,
Sua arquitetura é ars longa
E a mim, só resta dizer:
Niemeyer, como eu,
também é bra-
sileiro!