O Chacal
Cada opala quebrantado
Não pode ser concertado
Nem a cada gota de saliva
Que cai do céu viva.
Outrem cheira flores
Nos ares que não semeiam
No olhar do Chacal
Torna-se moribundo.
No peito demasiado
A cada gota de chuva
Enchendo o mar
Sob mistério a vida no profundo olhar.
Doutro passo em canção
Que anseia a aroma
Na veia, nos dedos
Da harpa do poeta.
Donde surgi o dilúvio
No adormecer do sol
Andando ele vem
Ao rumo do precitado.
Diante de sua aparência crua
A realidade quão nua
A sombra começa a devorar
O último olhar do poeta.
Que se torna lapidado
Nas mãos e em versos
Quentes e rubros
No olhar final
Do encontro com o Chacal.