DEZESSEIS

Eu puxava uma cadeira, debruçava na janela, via a chuva cair e curtia todas as coisas boas dos meus dezesseis anos. Na chuva eu desenhava meus planos, sentia minhas dores, sorria feito bobo e amava meus amores.

Sempre deixei a chuva me levar, sem perguntar pra onde, ela escolhia qual sentimento visitaríamos e me arrastava pelo tempo. Com ela eu voltei ao passado, encarei o presente e brinquei de fazer e desfazer o meu futuro.

Horas calado na janela, com o vento a favor, o olhar perdido, um ar de sossego e uma vontade imensa de estar com quem está na janela, com o vento a favor, o olhar perdido, um ar de sossego e uma vontade imensa de estar comigo.

Que bom que vivi meus dezesseis anos.

Que bom que não mudei nada.

Rogério Nolêto
Enviado por Rogério Nolêto em 08/10/2009
Código do texto: T1855402
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