DEZESSEIS
Eu puxava uma cadeira, debruçava na janela, via a chuva cair e curtia todas as coisas boas dos meus dezesseis anos. Na chuva eu desenhava meus planos, sentia minhas dores, sorria feito bobo e amava meus amores.
Sempre deixei a chuva me levar, sem perguntar pra onde, ela escolhia qual sentimento visitaríamos e me arrastava pelo tempo. Com ela eu voltei ao passado, encarei o presente e brinquei de fazer e desfazer o meu futuro.
Horas calado na janela, com o vento a favor, o olhar perdido, um ar de sossego e uma vontade imensa de estar com quem está na janela, com o vento a favor, o olhar perdido, um ar de sossego e uma vontade imensa de estar comigo.
Que bom que vivi meus dezesseis anos.
Que bom que não mudei nada.