“Bijou”
lisieux
Sempre gostei de bijouterias...
De coisas pequenas e delicadas,
de caixinhas de vários tamanhos,
de madeira ou papelão,
que contivessem em seu interior
todos os meus sonhos.
Também colecionava vidrinhos
de todos os formatos e cores
e neles guardava os cheiros
da minha infância,
os vapores da minha adolescência,
os suores da minha feminilidade adulta...
Neles - caixinhas e vidros -
era possível conter toda a minha poesia,
etérea e fútil,
mas que é capaz de tornar
eternos todos os momentos,
de tornar possíveis todos os sonhos,
de tornar velozes os meus pensamentos;
Gosto de coisas pequenas:
pequenos gestos,
abraços estreitos, íntimos,
sem a largura do amplexo...
mas capazes de abarcar
todo o sentimento.
De pequenos sorrisos,
de olhares sutis
eivados de significados.
E gosto de ti... ai!
Como gosto!
Mesmo que te saiba distante...
Mesmo que tenha te amado
tanto,
mas também tão
inutilmente.
BH - 30.09.03