MAIS UMA MANHÃ

Acordo completamente envolta em um nada,
Suspiro e agarro-me ao travesseiro...
Há um ar de silêncio entre minha alma e meus sonhos.
Fecho os olhos e vejo meu jardim vazio,
Folhas secas, caídas ao chão...
O amor presente e sonhado a vida toda,
Parece que um vento forte derrubou.
Dentro e fora sou deserto,
Já chorei todas as lágrimas...
Um tempo houve em que meu coração
Pulsava na esperança de ir à busca
Das ilhas bem-aventuradas...
Hoje só me resta relembrar,
Entre uma e outra marca que o destino deixou.
Sou uma mulher presa por mim mesma,
Acorrentada aos sonhos...
Sou uma alma vazia.

Adriana Leal



Texto revisado por Marcia Mattoso