ÀS VEZES...
Em noites de luar, visto nostalgia...
Meu olhar é de sal, assim de repente!
Gotas cristalizando saudades vazias
numa letargia que o sonho ressente!
E no peregrinar das madrugadas
frias, encontro-me sedenta e ardente...
Sou o fogo do desejo em sua pele suada
banhando-me nua, em águas correntes...
Em instantes, vago distante e incoerente...
Sentimentos presos em solidões e afasias.
Ao meio da travessia, invernia inclemente
pois sou tempo, contando estrelas cadentes!
Às vezes para sobreviver, fujo de mim...
E no silêncio restaurador das horas calmas
descubro-me além do princípio e do fim,
com a lucidez translúcida da alma...
10/01/2008