ANÁGUA
lisieux
Debaixo dessa saia, escondida,
tal qual represa ou nascente d'água
está assim tão alva a minha anágua
engomada, cheirosa e delicada
É roupa antiga, que ninguém conhece...
alguns a chamam de peça de museu.
Mas sei que de encontro ao ventre meu,
ela modela o corpo e se oferece
A minha anágua, cheirando a lavanda
é como entrada, como uma varanda
que dá acesso à casa... uma janela...
E quando tu a tiras com presteza,
derrubas derradeira fortaleza
e tu encontras o céu debaixo dela.
BH - 10.09.03