ANÁGUA

lisieux

Debaixo dessa saia, escondida,

tal qual represa ou nascente d'água

está assim tão alva a minha anágua

engomada, cheirosa e delicada

É roupa antiga, que ninguém conhece...

alguns a chamam de peça de museu.

Mas sei que de encontro ao ventre meu,

ela modela o corpo e se oferece

A minha anágua, cheirando a lavanda

é como entrada, como uma varanda

que dá acesso à casa... uma janela...

E quando tu a tiras com presteza,

derrubas derradeira fortaleza

e tu encontras o céu debaixo dela.

BH - 10.09.03

lisieux
Enviado por lisieux em 21/05/2005
Código do texto: T18534