Aprender a dizer adeus
Aprender a dizer Adeus
Quero aprender a dizer adeus
Às velhas formas emocionais que ainda carrego
Que me pesam, sem serventia:
Quando digo o que sinto e o coração encolhe dando sinais de que aprendi a me desrespeitar desde sempre; quero ensinar meu coração que isto não tem mais serventia, já estou aprendendo a me amar.
Quando reflito antes de emitir qualquer comentário que não me foi pedido e uma invasão de inchaço interno viciado em explodir em palavras fica contida pela reflexão; preciso ensinar a esta forma que ela pode se dissolver em respirações mais profundas.
Quando sinto saudades da presença dos filhos e o impulso de cobrá-los aperta o maxilar; preciso reaprender a conviver mais espaçosa de mim e menos deles e apenas dizer sinto saudades.
Quando os olhares de muitos outros se dirigem ao que falo, ensino, interpreto e não mais pelos contornos do corpo; preciso aprender que estes olhares dos outros me dão outros contornos.
Quando amigos que ocupam parte do meu coração e se vão, sinto a dor da perda; preciso aprender a ocupar o vazio que a saudade deixou e criar pontes para as partes minhas esquecidas.
Quando olho para o percurso percorrido pelos longos anos e ainda retenho em minha ótica interna a nostalgia do ido contraindo a respiração; preciso aprender a beleza do vivido e soltar o som do novo sempre bem-vindo.
Quando percebo sem serventia: esforços tolos de mudar o outro, receber recompensas nos olhares que não reconhecem meu amor, tecer trajetórias nunca experimentadas......preciso aprender a descansar das ilusões do humano em mim e me perdoar.
Jeane Lobo
www.jeanelobo.recantodasletras.com.br
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