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O céu claro e superficial
Saturado de imagens
Valsa de vergéis
Rondando o rodar de tudo
Micro-universos
Fontes de Mijo
O ritual sagrado dos nossos ancestrais.
Evoquemos a desordem do Macaco,
Já que o homens
Deixaram de se quererem deuses.
* * *
o vento que trazia musica se apagou
atropelada pela passagem dos carros
*
o sol declina
a chama que extingue
mas não mia.
quantas vidas
parecem guardadas
nesta curta fração
de onde me espio.
Cada um carrega o seu cemitério portátil.
( Espécie de bornal
Que em alguns casos transborda
Deixando a vista
As vísceras que ainda cheiram. Coisa do oficio,
Daqueles que só vicejam através dos mortos:
a espada sempre a beira, com olhos de sangue .)
*
o cavalo estacionado,
no pátio ao lado da igreja,
pelo seu escapamento
sopra à vista e ao vento
os seus feitiços
contra aquele que o senta:
(CAVALO) – desta vida, desta roupagem a contragosto ainda me sujo; dos outros só o uso, toda sorte de desengano, mas outro posso ser, não serei mais cavalo nesta vida,
chega de espasmos, chega de virilhas doloridas.
A morte, bípede vaidoso, lhe chegará por coices no escuro, até lá...
Não faço desfeita de um punhado de aveia. ( se acerca do seu dono
Que saindo do bar lhe cospe na cara um punhado de fumo. Os dois saem)
*
do desuso o uso
de um bocado de fumo
o sumo do escarro
de uma boca que não beija.