O entardecer no Arpoador
Nas tardes ensolaradas tranqüilo me deito
Olho o por do sol no horizonte distante
Cubro de êxtase meu doce e febril desejo
Para em sintonia de amor me desmanchar
Assisto na escuridão os casais abraçados a chegar
Vejo nas trevas a luz do vaga-lume calmo a bailar
E no desejo louco de amor a viver, aos poucos, busco
Na felicidade dessa tarde um breve amor para amar.
Ouço numa canção teus versos poéticos entoar
Num compasso perfeito riso frenético a dançar
Cavaleiros e damas às vezes se amando a beijar
No doce e maravilhoso brilho reluzente do luar.
Sob a luz de neon a tonalidade rápida a modificar-se
Brindando os dançarinos no perfeito passo a dançar
Qual planta saudável num solo fértil regado a brotar
Exalando a juventude como as ondas agitadas no mar.
Nas tardes ensolaradas no Arpoador me deito,
Sinto no peito o coração a pulsar reclamando
A ausência de quem foi para não mais voltar
Separando-nos do mais belo e carinhoso olhar
Que na beleza desse amor faz-nos viver a sonhar.